José Contente escolheu o mês de Junho para criar factos políticos que só existem na sua cabeça.
Hoje, em entrevista ao Expresso das Nove, o governante socialista defendeu uma eventual recandidatura de Carlos César, que o nosso Estatuto não permite.
José Contente, em campanha há vários meses para suceder a César, quis com estas afirmações marcar terreno numa luta que se antevê fratricida.
Mas o facto político que tentou criar mais não é que a confissão das enormes dificuldades que o PS/Açores vai ter para encontrar uma personalidade capaz de enfrentar Berta Cabral.
Isto significa que José Contente e todos os socialistas que sonham com a recandidatura impossível de Carlos César já atiraram a toalha ao chão, como se diz na gíria futebolística.
Mas este episódio, apesar de caricato, nada tem de mal. É apenas o medo do vazio a vir ao de cima.
O que é muito grave foi o que passou no passado dia 12 de Junho. O serviço de propaganda do governo regional fez sair uma nota de imprensa com supostas declarações de José Contente na homenagem póstuma ao Padre Fernando Vieira Gomes.
Só que nenhum dos presentes ouviu qualquer intervenção do governante na cerimónia. É vergonhoso.
Vale tudo na luta pela sucessão. E este foi só o começo. Contente deu o tiro de partida. Os seus adversários internos prometem não lhe ficar atrás nos truques.
A luta pela sucessão vai resultar na secessão das diferentes facções do PS/Açores.
Se tivesses sido assessor do PS, escreverias exactamente o contrário.