terça-feira, abril 18, 2006
tragédias
É curiosa a forma como a generalidade dos orgãos de comunicação social tratou o caso da morte do jovem actor Francisco Adam, dos "Morangos com Açúcar". Grande parte (não digo todos porque não vi todos) gnorou as possíveis causas para o acidente, evitando falar de possível negligência do condutor, ou de qualquer outro comportamento menos correcto. E basta ver qualquer peça sobre acidentes para saber como é que o assunto é normalmente tratado, até porque as possíveis causas para os acidentes são quase sempre utilizadas como rodapé de fim de peça.
Neste caso, no entanto, ficámos com um genérico, as causas para o acidente estão a ser investigadas pelo departamento competente da GNR.
A necessidade de fabricar um evento mediático emocional (com quase todos, e não apenas a TVI, a tentar explorar esse filão que se chama "Morangos com Açúcar") e criar um ídolo (mesmo que seja por dois dias) mostram bem como o critério jornalístico não é um princípio universal, mas sim um fato que varia de tamanho consoante a necessidade de explorar o estado emocional das audiências. Em Portugal, tudo pode ser transformado num circo. Querem um exemplo? O "Correio da Manhã" de hoje aproveita o velório do actor para apresentar a sua namorada secreta.
 
Postado por nuno mendes em 4/18/2006 |


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