segunda-feira, março 13, 2006
na linha certa
Caros comentadores aéreos,

O que está em causa na Air Luxor/HiFly é saber se o Estado tem o direito de subverter as regras que ele próprio criou para desviar um serviço de um concorrente para outro. O que o Estado português fez foi batota: ou seja, elaborou um concurso, idealizou as regras e depois, pela calada, impediu que um concorrente apresentasse uma proposta vencedora de forma a poder escolher o candidato vencedor. É este o centro do assunto e não vir agora dizer que empresa isto e aquilo.
Aliás, julgo que basta 50 por cento de indemnização pedida pela Air Luxor (que fez investimentos a contar com o concurso açoriano) para resolver boa parte dos seus problemas financeiros.
Para mim tanto me faz que seja a Sata, a Air Luxor, a TAP, a Portugália ou outra qualquer a voar para os Açores. Desde que cumpra as regras impostas pelo serviço público.
Vocês, e o André em especial por ter responsabilidades partidárias, defende a transparência turva. Eu defendo a transparência transparente.
Mas assim, já se vão percebendo melhor os sucessivos concursos e os dramas que, por norma, lhes surgem associados. É o que dá insistir em querer ter uma democracia transparente com regras turvas.
 
Postado por nuno mendes em 3/13/2006 |


6 Comments:


  • 13 março, 2006 19:22, Blogger nuno mendes

    Caro senhor manuel reis,

    explicar-lhe que o Estado não pode fazer concursos, determinar as regras e depois violá-las como muito bem lhe apetece é, pelos vistos, um esforço que está para lá da minha capacidade de pato bravo. Mas, pelos vistos, também deve estar para lá da sua inteligência de cagarro...

     
  • 13 março, 2006 21:09, Blogger Rui Lucas

    Cagarro? Não será antes ave rara?

     
  • 14 março, 2006 10:46, Blogger Andre Bradford

    E ele a dar-lhe...!! E a responsabilidade social do jornalista?!! Os jornalistas servem só para fazer diagnósticos morais dos políticos ou também têm deveres éticos e sociais???
    Eu já disse tudo o que tinha a dizer sobre esta questão. Dei a minha opinião, não fiz apreciações de sentenças judiciais. Eu ainda sei o que pode e deve fazer um político, mas também sei o que pode e deve fazer um jornalista.

     
  • 14 março, 2006 10:49, Blogger nuno mendes

    Caro Manuel Reis,

    a conversa já vai longa, mas quero recordar-lhe que o problema é precisamente o facto do Estado ter urdido uma trapaça contra um dos concorrentes para o impedir de ganhar um negócio.
    Mas isso, como já se viu, o senhor não consegue perceber. Lá está, com cérebro de cagarro...

     
  • 14 março, 2006 14:05, Blogger nuno mendes

    Caro André,

    essa nem parece vinda de ti. Então a responsabilidade social do jornalista é ignorar que os Estado subverteu as regras num concurso público. E isso vai até onde? Só nos concursos aéreos? Para todo e qualquer concurso público?
    O jornalista relata factos, os leitores e/ou agentes políticos debatem.
    O dever ético e moral do jornalista não é alinhar com qualquer governo na violação das regras de um concurso público (concurso ainda tem um significado). Dever ético e moral do jornalista é relatar a verdade. Se fosses jornalista percebias isso.

     
  • 14 março, 2006 16:03, Blogger Andre Bradford

    De facto, eu não sou jornalista. Fui jornalista e julgo que não voltarei a ser. Mas enquanto desempenhei essas funções, fi-lo sempre em nome do direito à informação e com respeito pelo dever de informar.
    Ou seja, se uma empresa me viesse descaradamente vender a sua banha da cobra comercial, em pleno período concursal, eu não a compraria. Mais, se um Tribunal decidisse contra essa empresa no decorrer do processo judicial entretanto aberto, eu, enquanto jornalista, não comentaria a decisão. Porquê? Porque a responsabilidade social do jornalista obriga a que subjugue a sua vontade pessoal ou a sua opinião ao interesse colectivo. Obriga sobretudo a que nunca - mas mesmo nunca - procure, mais ou menos habilidosamente, transformar as suas dores pessoais em epidemias colectivas.
    Creio que nunca perceberás a diferença, caro Nuno, mas mesmo assim acho que vale a pena tentar.
    Respeitosamente.